segunda-feira, 19 de julho de 2010

Quase - Maria Luiza


Estou triste. Vontade de chorar por nada, vontade de chorar por tudo.

Ao mesmo tempo sinto uma paz de quase morte. Aquela pressão interna que havia, se dissipa como fumaça... penso que quase fui feliz.


Aceito o que se apresenta: onde o tempo do não-tempo existe. E em existindo o não-tempo, provo que a minha não-existência pode vir a ser feliz.


Sou a sombra do lado escuro da lua.

Sou um peixe-abissal acostumado à escuridão.

Meus olhos míopes avermelhados pela pressão das lágrimas turvam-se e já não distingo o ser do não-ser. Não há dor física: há a dor da existência.
Viver dói fundo.
Insuportável a existência do não-existir.
Desidrato.
Desidério.
Destrato.

Maltrato.

A mim.

Nenhum comentário: