domingo, 4 de março de 2012

A insustentável leveza do ser - Maria Luiza

Punhal cravado no peito: assim foram sentidas aquelas duas palavras.
Foi o bastante para perceber que a balança está desequilibrada - que o poder do clã é maior do que as razões de uma só pessoa. 

Foi o suficiente para repensar até onde vale a resignação em prol do bem-estar coletivo do que a busca pela tal felicidade.

Foi definitivo para perceber que não se pode ser quem se é: sempre haverá que se usar máscaras, ainda que em família.

Família??? Pessoas que habitam a mesma casa, talvez. Por conveniência, por circunstâncias ou por hábito.
Cada uma em seu mundinho particular, com seus interesses pessoais, que se reúnem no fim de semana para uma refeição, onde cada qual fala superficialmente sobre as superficialidades da própria semana, sem realmente ouvir o que o outro diz.

Mas aquelas duas palavras ainda ecoam na memória e continuam a causar muita dor. 

Quem as proferiu, pró-feriu... será para sempre uma ferida que sangra:

"Fica longe".

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