terça-feira, 19 de outubro de 2010

Corsária - Maria Luiza

 Turner

Passada a tempestade emocional, retomo o rumo, o prumo e o leme.

A embarcação quase sossobrou, os ventos foram fortes demais e as velas enfunaram-se uma para cada lado. Raios atingiram o mastro principal e quase o perco, mas pude apagar o incêndio a tempo.

Agora é navegar na calmaria...Uma paz estranha toma conta. Parece-se com a morte, onde tudo cessa, onde não há mais dor, onde não há mais luz, apesar da luz do dia. 

Silêncio.

O mar agitado transmuta-se num lago espelhado. Noite, sem lua, nem estrelas. A brisa acalma os ânimos e o coração volta a bater em seu compasso tranquilo.

Penso. Navego. Não há porto, não há cais. Pelo menos não à vista.

Sorrio com a certeza de que não será apenas uma tempestade que vai me fazer desistir de ser corsária. É a minha natureza, acima da Natureza.

E o inexorável Destino da corsária é manter-se no mar.

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