sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Parque e jardim - Maria Luiza


Não esqueci. Não esqueço.
Fui a mais perfeita das mulheres.

Hoje o espelho aponta

as (imper)feições da ausência.

As marcas do que não houve,

traços de demência...

e o eterno olhar de afronta.


Não esqueci. Não esqueço.

Somente a lembrança conta
dos risos e prazeres
e das ruas vazias

da minha consciência.


Não esqueci. Não esqueço.

Seja no parque ou no jardim,

seja na casa ou dentro de mim,

é no seu olhar que encontro

a minha paz, a minha essência.

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