Não esqueci. Não esqueço.
Fui a mais perfeita das mulheres.
Hoje o espelho aponta
as (imper)feições da ausência.
As marcas do que não houve,
traços de demência...
e o eterno olhar de afronta.
Não esqueci. Não esqueço.
Somente a lembrança conta
dos risos e prazeres
e das ruas vazias
da minha consciência.
Não esqueci. Não esqueço.
Seja no parque ou no jardim,
seja na casa ou dentro de mim,
é no seu olhar que encontro
a minha paz, a minha essência.
Arte por Gisah Corrêa
No meu caminho existem sonhos.
Sonho com os meus caminhos.
Sem sonhos, não há caminho.
No caminho existem punhais.
Sonho com punhais e caminhos.
Uso o punho para traçar a estrada.
Abro os caminhos com os punhais.
Enveredo resoluta nos sonhos.
Empunho meus estandartes ancestrais.
Sigo. Ando. Sonho. Caminho.
Há nas tardes de verão uma certa melancolia.
Não sei se é falta de tesão, ou se é falta de folia...
O ano mudou, mas eu não.
Continuo a mesma: coração maior que o peito, sonhos maiores que a carteira, várias vidas na minha única vida.
Estou aqui, como sempre estive.
Estarei aqui até que o Lá De Cima me chame.
Que venha a vida, que venha o futuro.
Espero.
Esperançosa...