As coisas podem se perder por aí, mas a gente é que não pode se perder de quem a gente gosta.
Nada melhor do que a gente reencontrar pedaços de felicidade nas gavetas e velhos amigos pela vida.
Tiro-lhe do céu,
pois o ar não é o seu elemento.
Dou-lhe a água: sacie sua sede.
Beba da minha fonte.
Banhe-se nos meus fluidos.
Mergulhe e descubra
os prazeres abissais
que ninguém mais conhece,
pois estes estão à sua espera
- são seus, unicamente.
Você: Argonauta.
Nos meus líquidos
você encontrará
oceanos profundos
e mares não navegados.
Explore-os.
Surpreenda-se.
Encante-se.
Vinte mil léguas submarinas
não conterão
a metade da emoção
que lhe guardo.
Convido-lhe mais uma vez:
entregue-se a mim
como a areia
que se dá ao beijo do mar.
Conheça o vulcão submerso
que cospe seu fogo
sob as densas águas,
mas que ninguém vê.
Em terra você se considera a salvo:
pés fincados no barro
- aridez de idéias,
emoções ressecadas.
E os ventos que sopram
da terra enchem seus olhos
de pó e fuligem
turvando sua visão.
Dou-lhe mais uma vez a água:
lave seus olhos, rosto, corpo.
Dou-lhe a água:
lave sua alma.
Dou-lhe meu fogo:
consuma-se.
Consumamo-nos.
Sua presença se faz em mim
na superfície da pele,
no pulsar do coração,
no fundo do meu sexo.
Olho dentro do meu olhar
e encontro você.
Mais do que os "mas" da vida.
Para você eu já disse.
E repito.
E confirmo.
Volto a dizer:
SIM.
Embriago-me de palavras,
quisera embriagar-me de beijos.
Dose após dose, letra após letra,
faço coquetéis potentes - poções de amor e poesia. Escritos em preto no branco,
entrelinhas de literatura,
nobreza de conteúdo,
carinhos feitos de signos.
Absinto ou poção mágica? Embriaguez ou feitiço?
Não importa, o resultado é o de sempre...
O que posso fazer se estou condenada?
Cativa de um amor improvável
Que me prende com garras serenas
Que me pede paz e calma
Que provoca meus sentidos
E me olha de soslaio.
Mais uma vez a vida mostra caminhos que não podem ser percorridos.
A minha inquietação é o reflexo da alma em movimento.