terça-feira, 22 de maio de 2012

Samba e Adágio - Maria Luiza



Eu quero ser o seu porto de paz
E também ser por quem você faz a guerra,
Por quem você ousa o movimento audaz
Com a certeza dos pés na terra.

Eu quero ser seu samba e adágio
E seguir seu ritmo e sua cadência
Ser a original e sem nada de plágio
Ser sua eterna musa em minha essência.

Eu quero ser das árvores a sombra,
Ou o sol a pino em sua testa
Deitar você em verdejante alfombra
E fazer-me nua e ter-lhe só meu, é o que resta.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Maestro, música, por favor! - Maria Luiza







Às vezes me pego com vontade de dançar uma valsa, daquelas lindíssimas de Strauss, rodopiando elegantemente pela vida. Outros momentos tenho uma vontade louca de um tango, naquele clima de cabaré barato de cais do porto, com cheiro de fumo e álcool. Hora uma princesa europeia, hora plebeia marginal. Em alguns instantes, visto-me com sedas caras e gemas preciosas, luvas de cetim e altivez aristocrática. No átimo seguinte, estou de vestido vermelho com fenda até o alto da coxa, meias arrastão presas por cinta-liga e uma rosa surrada de tecido no cabelo, com ar mundano de quem não se importa com o futuro.


E tem aqueles momentos em que só quero mesmo é um bom travesseiro, uma música suave, um sonho perdido no tempo.

E danço a vida conforme a música que vai tocando: samba no pé, adágios, pop, rumba e até balé clássico. 

Tem horas em que a música para. Pausa na orquestra interna: hora de reflexão. Quantas coreografias erradas, alguns tropeços nos tapetes da vida, tombos, o levantar outra vez e sorrir: a música recomeça e a vida não nos dá tempo para consertar os passos trocados. Não há mais coreografia ensaiada: é no improviso que a gente mostra o talento e o jogo de cintura.

Maestro, música, por favor!

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Assuntos do Coração - Maria Luiza



As pessoas têm seus espaços particulares e precisam deles.  Não há nada pior do que uma relação onde tudo é compartilhado (é lindo na teoria, porém utópico na prática - somos todos seres feitos de emoções e nem sempre reagimos bem a determinadas circunstâncias.).  Se o Gato está precisando de um espaço para resolver problemas que não têm a ver com você, conceda simplesmente.  Não invente que o problema é você, pois não é.

Acalme seu coração e confie em você e nele. As coisas se ajeitam e não há maior prova de amor que o respeito ao outro. Se ele está distante, pense que é para proteger você de coisas que não fazem parte da sua vida e sim da dele. 

Sem querer ser "professora" de nada, digo a você: as pessoas têm seus segredos (todos nós os temos de alguma forma) e isso deve ser respeitado. Pessoas "abelhudas" passam a ser insuportáveis.  Essa coisa de perguntar "por que vc não ligou? onde vc foi? quem foi que ligou pro teu cel?" é um veneno que corrói as relações.  Nós, mulheres, lamentavelmente fomos criadas para sermos dependentes dos homens (vc deve ter ouvido muitas vezes a famosa pergunta: "quando é que vc vai se casar?" ou, agora no seu novo estado civil, com o acréscimo do "de novo").  Parece que nós, sem algum homem por perto, somos incapazes de gerir a própria vida e sobrevivermos neste mundo cão.  Quer saber? Isso é coisa do séc XIX!!! Nós somos mulheres do Séc. XXI! E como tal, devemos agir.

Para acalmar o seu dragão, saia com seu cachorro, marque um chopp com as amigas, curta o que você tem de mais precioso: você mesma! E saiba, que se o seu dragão resolver tacar fogo nas coisas, você ainda pode se transformar em fênix e ressurgir das próprias cinzas, mais forte, mais brilhante, mais bonita!

Taí, gostei do que escrevi pra você, talvez sirva para muitas pessoas, inclusive para mim mesma!