Trilhos, trilhas, textos.
No fundo a vida é mesmo assim:
caminhos que se cruzam,
que se descruzam,
que seguem em direções opostas,
e tornam a se encontrar.
As trilhas (músicas) mudam
conforme o caminho percorrido
e a memória insiste
em lembrar acordes belos
que marcaram
os ouvidos e os sentimentos.
Os textos:
de frases de parachoques de caminhão
às mais profundas poesias
- passamos por clichês,
reinventamos o verbo,
damos novos sentidos aos adjetivos,
alteramos os sujeitos.
E assim seguimos
pelas trilhas dos trilhos.
Alguns sonhos ficaram no caminho,
outros carregaremos para sempre
e alguns,
tentaremos trazê-los à realidade.
O trem da vida não pára
enquanto não se chegar
à derradeira estação.
Já estive num trem-bala
- tudo muito rápido,
muito moderno, muito seguro
- ritmo frenético
onde só se pensava
em chegar ao destino:
e o destino não é o que pensei.
Hoje busco o tchuco-tchuco
da maria-fumaça
e seu balanço calmo:
quero ver os campos
com vacas pastando,
quero ver o rosto das pessoas
que estão na paisagem,
quero poder descer
numa estação simples,
tomar uma água de côco
e comer um pastel.
Quero sorrir para o maquinista
e voltar ao trem,
sentando-me ao lado
daquele que me faz feliz.
O destino não importa.
A viagem é o mais importante.
Um comentário:
The cars of the train move toward their destination of now and of the future. Away, alone, waiting. One car off, another car leaves. Again. The dawn an setting of a sun remain, the siding awaits indeed awaits.
Transfer? The shuttle seemingly the shuttle a misplaced car...the engine struggles its journey of now to pull the following cars follow..again and yes once again, the rhythm is their pace. The train and again the train, along, again, aside and beside, the train, the train.
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