Amor vincit omnia. Aqui encontram-se alguns dos meus silêncios, retalhos de um patchwork que a tessitura da vida me faz passar. São pedaços de alma, algum bocado de tristeza, paixões intermitentes, alegrias disfarçadas. Um puzzle de mim mesma, onde a peça-chave é o coração. Ars longa, vita brevis
domingo, 25 de julho de 2010
Meu canto - Maria Luiza
Eu canto
um canto forte
de encanto
para o meu Norte.
Canto a vida,
canto o vento,
meu canto é tempestade,
é ferida, é lamento,
é alegria, é nostalgia,
é amor, é de verdade.
Eu canto
um canto certo,
onde a voz
se ouve perto,
mesmo que distante.
Como o soar do trovão
e o fogo da paixão,
meu canto
tem asas de desejo,
tem o brilho do instante,
dos raios o lampejo.
Meu canto
e minha voz
farão do mundo
uma casca de noz.
quarta-feira, 21 de julho de 2010
Trânsito Amoroso: A Fila Andou - Maria Luiza
Foto: Welton Araújo
Abaixo a poesia de meu querido amigo Delmar, que inspirou este quase samba. Mantive o mesmo título, com um pequeno ajuste.
Beijos pra você, Mazinho!
"Trânsito Amoroso: A Fila Anda - Delmar Gularte
Pode vazar
não dá mais
pode descer
cansei desses ais
deu pra você
Desce
por favor
e vê
se desaparece
do meu retrovisor
Deu de olhar
pra trás
sai da minha frente
até meio sem gás
vou disparar
nem passa rente
Larga do meu pé
que piso fundo
venha o que vier
vou cair no mundo
Meu coração
já doeu o que devia
agora sou mais eu
em outra companhia"
*******************************
Você que tomou
o ônibus errado,
agora vem querer
sentar ao meu lado.
Diga aí: o que se passa?
Tá me achando
com cara de palhaça?
Nem vem com lero,
passei a régua,
desse jeito não quero,
vê se dá uma trégua!
Quando você
pensar de novo em mim
saiba que chegou ao fim
sacuda a cabeça
e me esqueça!
segunda-feira, 19 de julho de 2010
Quase - Maria Luiza
Estou triste. Vontade de chorar por nada, vontade de chorar por tudo.
Ao mesmo tempo sinto uma paz de quase morte. Aquela pressão interna que havia, se dissipa como fumaça... penso que quase fui feliz.
Aceito o que se apresenta: onde o tempo do não-tempo existe. E em existindo o não-tempo, provo que a minha não-existência pode vir a ser feliz.
Sou a sombra do lado escuro da lua.
Sou um peixe-abissal acostumado à escuridão.
Meus olhos míopes avermelhados pela pressão das lágrimas turvam-se e já não distingo o ser do não-ser. Não há dor física: há a dor da existência.
Viver dói fundo.
Insuportável a existência do não-existir.
Desidrato.
Desidério.
Destrato.
Maltrato.
A mim.
domingo, 18 de julho de 2010
A ilha - Maria Luiza
sexta-feira, 9 de julho de 2010
Salto Ornamental - Maria Luiza
Subi na plataforma de saltos - 10 metros - e, sem olhar a piscina, mergulhei de cabeça.
Vejo apenas um espelho d'água, onde acreditei haver profundidade suficiente. Tarde demais para reverter o salto: enquanto meu corpo está suspenso no ar, tento pensar em como minimizar os ferimentos que terei.
Meu corpo em queda livre.
Meu rosto se aproxima da lâmina d'água. Constato: vou me esborrachar. Talvez não morra da queda, mas terei ossos e dentes quebrados. Talvez uma concussão, uma hemorragia interna. O coração rompido. Estado de coma. Novamente as reticências...
Meu corpo em queda livre.
Meu rosto se aproxima da lâmina d'água. Constato: vou me esborrachar. Talvez não morra da queda, mas terei ossos e dentes quebrados. Talvez uma concussão, uma hemorragia interna. O coração rompido. Estado de coma. Novamente as reticências...
Toda uma vida feita em reticências. Talvez seja a hora de pedir o boné: das relações inacabadas, da maternidade usurpada, dos livros inconcluídos, da casa semireformada, da tragicomédia que me tornei.
Alguns pensarão que foi suicídio - não foi.
Acidental, incidental.
Proposital.
Acidental, incidental.
Proposital.
segunda-feira, 5 de julho de 2010
Foto em preto e branco - Maria Luiza
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