segunda-feira, 8 de junho de 2009

Inumana Vigília - Maria Luiza


Sono
Sonho
Perco-me nos pensamentos

procurando meus sentidos.
Inumana vigília:
Vampiresa de meu próprio sangue
que me envenena e alimenta
para ressurgir mulher a cada dia.

Desperto
Desespero
Perco-me nas ruas
procurando meu rumo.
Inumana vigília:
Mulher que dá seu sangue
no trabalho e na rotina

para ressurgir deusa na fantasia.

Coração em chamas
Olhos úmidos

Perco-me nos braços dos homens

procurando somente um.
Inumana vigília:
Deusa caída em pecado
na alma e no corpo
para ressurgir mortal num dia.

domingo, 7 de junho de 2009

Teus Chamados - Maria Luiza


Tenho pensado em ti
Sei que tu também
Me levas na lembrança.

O vento me traz
Teus chamados...
Sinto o leve toque
De teus dedos em minha boca,
Tentando calar o que
Já foi dito em entrelinhas.
Apenas sinto tua presença.
Mago, feiticeiro, bruxo
Me levando por sonhos
Somente sonhos...

terça-feira, 2 de junho de 2009

Entre!!! - Maria Luiza


Entre!!
A porta não está trancada.
Se for sua vontade, entre.
Talvez eu esteja louca
ao lhe fazer este convite...
mas entre mesmo assim.

Não prometo o Éden
Não prometo o Jardim das Delícias...
Não prometo nada!

Apenas me fale
o que preciso ouvir.
Construa pontes
para que eu as atravesse
e as queime depois da travessia.

Mas lembre-se sempre:
Você está em mim
assim como
eu estou em você.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Eu: Tempestade - Maria Luiza



Tem dias em que me sinto
como se eu fosse
um dos quadros
de J. M. W. Turner:
Tempestade.

Sou castanha, negra,
com um pequeno rastro
de luz
Para avisar aos navegantes
que tenho bondade.

Mas a alma está turbulenta
revolta como o mar do Norte
e nos meus olhos se faz noite
e o coração sossobra
numa vaga violenta.